Quem não não conheceu ou pelo menos ouviu falar de Flávio Alcaraz Gomes, um dos mais célebres jornalistas de nosso Estado e do próprio pais. Ele morreu agora de manhã, por volta das 9h30min aos 83 anos em Porto Alegre.
Ele estava em casa na companhia da esposa e dos filhos. Há 10 dias, ele retornou do hospital Moinhos de Vento onde passou um mês internado para o tratamento de uma pneumonia. O corpo será velado a partir das 16h no Crematório Metropolitano. Flávio Alcaraz Gomes foi diretor das rádios Guaíba e Gaúcha, correspondente internacional da empresa jornalística Caldas Jr. e autor de livros sobre as coberturas que fez ao longo da carreira. Atualmente, estava vinculado à TV Pampa.
BREVE CURRICULUM - Flávio Alcaraz Gomes nasceu em Porto Alegre em 25 de Maio de 1927 - Porto Alegre. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito da UFRGS em 1949. Possuia uma coluna diária no jornal Correio do Povo até 3 de setembro de 2007. Comandou o programa Guerrilheiros da Notícia na Rádio Guaíba e comandou os programas Fórum e Guerrilheiros da Notícia na TV Guaíba até 2007, antes de mudar-se para a TV Pampa, onde apresentava seu programa Guerrilheiros da Notícia. Como repórter, atuou na Copa do Mundo de 1958, na Copa do Mundo de 1970 (nesta chefiando todas as emissoras de rádio do Brasil que do México transmitiam. Cobriu o sequestro pelos tupamaros do cônsul do Brasil no Uruguai. Trabalhou também na Guerra do Vietnã e como correspondente no Oriente Médio e Europa. Nos anos setenta cometeu um homícidio e foi condenado a dez anos de prisão.
O CRIME - Certa noite ao chegar com o carro perto de sua casa, no Morro Santa Tereza, depois de um jantar com a esposa Maria Clara na casa de amigos, Flávio pegou sua espingarda e dirigiu-se à porta do motorista, pois a rua em que morava era escura. Suspeitara que o carro pudesse ser de algum agente do governo militar, querendo vigiar o jornalista. Ciente da relação privilegiada de seu primo e chefe Breno Caldas com a Ditadura brasileira, resolveu enfrentar o suposto agente. De arma em punho, colada ao vidro do motorista, forçou-o à baixá-lo. Descobriu que se tratava de um jovem, tendo ao seu lado uma moça, ambos nus, aparentemente recentemente engajados em sexo. Surpreso e nervoso, Flávio ordenou que se retirassem imediatamente da frente de sua casa e fosse procurar um motel. O jovem abaixou-se para pegar suas calças jeans, mas Flávio, ainda sob a adrenalina da situação, por um segundo achou que ele estaria pegando alguma arma para revidar e, fazendo um movimento brusco com sua espingarda, de cima para baixo, acidentalmente a disparou quando ela bateu contra a parte inferior da janela aberta. O jovem morreu na hora, com um enorme tiro à queima-roupa.
ZERO HORA - Vendo que um dos maiores nomes do jornalismo gaúcho estava desempregado e prestes a ser julgado e condenado à prisão, o antigo colega de empreitadas jornalísticas e comerciais, agora dono do jornal Zero Hora, da rádio Gaúcha AM e da TV Gaúcha, Maurício Sirotsky, resolveu convidá-lo para escrever uma coluna para o diário e fazer um programa semanal para a rádio -- tudo de dentro de sua cela na cadeia. Foi o maior sucesso do final dos anos de 1970.[carece de fontes?] Depois de sua saída da prisão, Flávio seguiu com suas atividades na agora rebatizada RBS. Mas depois da morte de Maurício e as mudanças efetuadas pelo seu herdeiro, Nélson Sirotsky, Flávio resolveu deixar a empresa. Breno Caldas havia falido e já não era mais dono da Caldas Jr., que também perdera a liderança no mercado de mídia no início dos anos 1980. O novo dono, Renato Bastos Ribeiro, deu à Flávio um programa diário no horário nobre matinal da rádio Guaíba AM e um programa diário às 19 horas na TV Guaíba, o Guerrilheiros da Notícia.
Postado por Leonardo Mayer
as 5.4.11
e tem
10 comentarios >
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Pôxa vida esse cara escreveu um livro que li quando ainda era menino em Tapera."Memórias do Cárcere" se não me engano, foi preso e relatou sua prisão num diário .Jornalista do tipo que não se fabrica mais atualmente.Que fique em Paz com Deus.
Muito feliz o comentario anterior ....este tipo de jornalista dignifica a profissão;;;é uma pena mas é da vida
A história dele já estava esquecida nos porões da minha memória.
Bom texto, claro e direto, como sempre.
E um questionamento: alguém ainda é a favor de termos armas em casa?
Mémórias do Carcere é de Graciliano Ramos, preso politico da ditadura vargas, o estado novo. Preso politico e não um assassino comum.
E fazer piada numa hora dessas não dá também né. Essa de que o sugeito achava que era um agente da ditadura com o carro parado em frente a sua casa é demais. O que um agente da ditadura iria fazer na casa de alcaraz gomes? Um dos maiores puxa sacos da ditadura. Só se for pra receber a delação de alguem, algum desafeto.
Matou um inocente é criminoso. Foi tarde.
Que barbaridade .... leonardo nem quando se fala de coisa seria os gaiatos dão folga .... é uma pena
memórias do carcere de flávio alcaraz gomes.......kakakakakakakakakakakakakakkakakka
vai estudar meu filho ou minha filha
Flavio Alcaraz disparou naquela moça porque ela andava com o rapaz que teve um caso com o próprio Alcaraz.
flávio alcaraz gomes matou uma pessoa. não merece nem ser citado mais.
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